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Datam do início do século XIX as primeiras notícias das paragens em que se situa São Lourenço. O primeiro nome que registra a história é o de João Francisco Viana, proprietário de vasta fazenda em terras da freguesia do Carmo de Pouso Alto, Termo de Cristina. Conhecidas a princípio como 'Águas do Sítio do Viana' e 'Águas da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo, próxima ao Rio Verde', suas virtudes ganharam fama e popularidade; aos poucos, forasteiros instalaram-se nas terras mais altas e às margens da antiga estrada do Carmo do Rio Verde e Pouso Alto, dando começo à povoação. Depois de 1889, com o falecimento de João Francisco Viana, foram as terras divididas por seus filhos. O comendador Bernardo da Veiga, residente na cidade de Campanha, diretor do jornal Monitor Sul Mineiro e autor do Almanaque Sul Mineiro de 1874, incumbiu um sobrinho, Capitão José Pedro da Costa, de estudar as possibilidades de industrialização das águas, disto resultando a compra das terras de propriedade dos Senhores Manoel Dias Ferraz e Adolfo Schimidt, que concordaram em vender a propriedade ao Comendador Bernardo Saturnino da Veiga, onde se localizam as fontes e a constituição de uma empresa ? a Companhia de Águas Minerais São Lourenço-formada pelo comendador Bernardo da Veiga e seus irmãos Saturnino da Veiga e Ângelo da Veiga (médicos). O nome da empresa prende-se a uma homenagem a memória do tenente-coronel Lourenço Xavier da Veiga, pai dos três irmãos associados. Iniciaram-se imediatamente os trabalhos de saneamento, drenagem e aterro, surgiram as primeiras ruas, formou-se o esboço da futura cidade. A 10 de agosto de 1891, dia consagrado a São Lourenço, erigiu-se no ponto mais alto dos terrenos uma grande cruz e em capela improvisada celebrou a primeira missa o cônego Antônio Gomes de Faria Nogueira, vigário de Carmo de Minas. Iniciou-se a construção de uma igreja, que fora primeiramente dedicada ao orago do Bom Jesus do Monte e, após sua conclusão, ao de São Lourenço. Em 1905, Afonso Noronha França adquiriu o acervo da antiga empresa, introduzindo na exploração de suas águas minerais maquinaria moderna e construindo prédios adequados para engarrafamento, depósitos e oficinas. Construiu também linha de bondes a tração animal até a estação para transporte da água, aumentada, mais tarde para tráfego de passageiros. A concessão para exploração das fontes hidrominerais passou a outras empresas e bancos, até a atual Empresa de Águas de São Lourenço S.A., a partir de 1925.
SÃO LOURENÇO (MG). In: Enciclopédia dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 1970. v. 468, p. 3-4. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/113/col_mono_n468_saolourenco_2ed.pdf. Acesso em: 04 mar. 2020.
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